Com o fim do horário de verão na primeira hora deste domingo (17) nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e no Tocantins – os relógios foram atrasados em uma hora à meia-noite – , é preciso agora acertar o relógio biológico para encarar a rotina de trabalho e estudos. Segundo o neurologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Raimundo Nonato Delgado Rodrigues, os impactos do fim do horário de verão sobre a saúde da população são menores do que quando ele começa.
O corpo deve se habituar à mudança gradualmente e, no período de adaptação, que deve durar em torno de uma semana, as pessoas tenderão a acordar mais cedo e vão sentir sono mais cedo à noite. “O ideal seria aos poucos fazer com que o sono fosse atrasado, de forma que a pessoa acordasse um pouquinho mais tarde”.
Apesar da economia gerada com a adoção do horário de verão – neste ano foi de 4,5% no período de pico (entre 18h e 21h), segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) –, o neurologista avalia que a mudança é um atentado à saúde das pessoas. “Perder uma hora de sono pode parecer pouco, mas o cérebro sente muito mais do que podemos imaginar, não só em termos de cansaço, mas também na alteração na produção hormonal e na fragmentação do sono”, aponta.
Se o débito de sono for muito acumulado, o indivíduo pode correr riscos, principalmente na hora de exercer atividades que necessitem de vigília, como dirigir ou operar máquinas.