Conforme informações do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), não há jurisprudência que considere as atividades do Itamaraty essenciais para o público e, sem essa determinação, o órgão pretende parar 100% o trabalho, sem manter o mínimo de 30% dos cargos efetivos em serviço. Os cargos que integram a categoria são diplomatas oficiais e assistentes de chancelaria.
Repartições consulares e diplomáticas na Austrália, Líbano, Síria, Israel, Índia, Itália, Espanha, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Argentina, Paraguai, Cuba, Senegal e Suíça já confirmaram sua participação na greve. Ao todo, são 26 unidades do ministério.
Na manhã desta quarta, a categoria realizou uma passeata em frente ao Ministério das Relações Internacionais. Segundo o Sinditamaraty eles ainda pretendem fazer um protesto, por volta das 16h de hoje, em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no Distrito Federal.
Os servidores do Itamaraty já haviam feito uma greve entre os dias 18 de junho e 2 de julho e retornaram aos trabalhos depois de o Ministério do Planejamento ter prometido um acordo. Segundo o sindicato a decisão de retomada de greve foi determinada depois de o governo federal não ter chamado os funcionários para as negociações realizadas entre 13 e 17 de agosto, período em que a pasta reuniu-se com outras categorias de servidores públicos.
O sindicato alerta que, com a paralisação do Itamaraty, os serviços de assistência a brasileiros no exterior e a emissão de vistos de trabalho podem ficar prejudicados. Entre os itens da pauta de reivindicação estão a equalização do tipo de vencimento pago aos diplomatas para as outras carreiras da categoria. Outra demanda é um reajuste que recomponha perdas com a inflação no período de 2008 a 2012. A estimativa do Sinditamaraty é de que o acerto culmine em uma correção salarial da ordem de 30%.
O Ministério do Planejamento marcou, depois do anúncio de retomada da greve, uma reunião com os servidores do Itamaraty para o fim da tarde de quarta-feira. Até às 13h desta quarta, o Ministério das Relações Exteriores não havia se posicionado sobre a greve.