Lembro que nas primeiras semanas após minha mudança recebi muitos e-mails pedindo notícias, fotos ou qualquer informações. Eu, que falo muito, me recusava a escrever: eu estava louca para contar tudo com detalhes, com entonação, com exclamações.
Há exatos nove meses, conjuguei milhares de vezes o verbo “skypear”. Obriguei, portanto, meu irmão a ter uma conta para que eu possa vê-lo, além de minha mãe e sobrinha. Lembro que pedi a vários amigos me adicionar – convenhamos, é muito mais fácil e interativo que trocas infindáveis de cartas eletrônicas.
O que me dava mais sodade, até então, era de ver as pessoas “se mexendo”, ver os rostinhos tão conhecidos de alguma forma perto de mim. Poder dizer algo e ter a resposta ou o comentário na mesma hora. Sorrir ou gargalhar, em vez que “hahaha” ou “hehe”. Mas hoje eu realmente entendi o que me fascina tanto no Skype ou qualquer outra ferramenta de comunicação online com vídeo: é só assim que a emoção pode ser correspondida, o silêncio fala tudo e relações sinceras perduram.
TT, não existe distância ou fato que não possa ser compartilhado pela web. Nossa conversa de hoje só perde para o brinde de outro dia no Barão de Itararé porque naquele havia mais felicidade.
Peço desculpas por estar fisicamente tão longe, mas sei que você entende minhas necessidades, que sabe que estou o tempo todo seguindo as pessoas queridas com a aquele aparelhinho celular que você tanto odeia não porque sou viciada em internet (ou sou?), mas porque morando em outro país ele é minha ponte, o caminho mais curto entre meu coração e todos as pessoas que estão nele.