Cláudio Humberto
Provocou grande indignação entre diplomatas a escolha, dada como certa, da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para o cargo de embaixadora do Brasil em Washington.
A indicação mostra que a presidenta Dilma soterrou uma das mais acalentadas conquistas do Itamaraty, de confiar postos no exterior apenas a profissonais da diplomacia. “A notícia é uma bomba”, admite um embaixador brasileiro na América Latina, irritado com a “atitude acovardada” do chanceler Antonio Patriota. “Num paralelo com o meio militar, tal decisão equivaleria a nomear um civil (ou senadora) para o comando do Primeiro Exército, tamanha a desmoralização para a Casa.”
O precedente preocupa diplomatas mais experientes. “Se uma embaixada como a de Washington pode ser chefiada por alguém fora da carreira, qualquer outra poderia. Está aberta – aliás, escancarada – a porteira. Vai ser uma festa.”, diz um integrante cúpula do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.
De uma maneira geral, os diplomatas estão entre incrédulos, esperando que a presidenta Dilma pense melhor no assunto, e aqueles que acham que o chanceler Antonio Patriota não tem alternativa senão encaminhar seu pedido de exoneração junto com a indicação de Marta Suplicy.
E até ironizam, afirmando que, nas atuais circunstâncias talvez fosse até melhor que a senadora substituísse o próprio ministro Patriota – que, ao contrário do antecessor, “não luta, nem resiste”. (Coluna de Cláudio Humberto)