Brasília - Uma delegação da junta militar que tomou o poder no Mali, país da África Ocidental, disse hoje (31) estar "de acordo" com os "princípios" para a saída da crise que impõem um regresso à "ordem constitucional normal" pedida pelos chefes de Estado da África Ocidental.
“Sobre os grandes princípios que nos foram pedidos, dizemos que estamos de acordo. É preciso uma via constitucional regular e normal e agora vamos discutir como chegar lá”, declarou à imprensa em Ouagadougou, capital de Burkina Faso, o coronel Moussa Sinko Coulibaly, chefe de gabinete do líder da junta, depois de encontro com o presidente do país, Blaise Compaoré.
Pela primeira vez, os membros da junta militar que controla o governo encontraram-se com Compaoré, nomeado mediador para a crise no Mali pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental.
A delegação de três militares da junta, que tomou o poder em 22 de março, esteve reunida com Compaoré por cerca de duas horas.
“Partimos confiantes e esperamos em um prazo relativamente rápido chegar a um consenso que nos permita entregar as instituições do Estado em termos aceitáveis para todos”, declarou o coronel Coulibaly.
O chefe da diplomacia de Burkina Faso, Djibrill Bassolé, disse que voltaria a Bamako, capital do Mali, na ausência de um regresso à ordem constitucional “num prazo máximo de 72 horas”.
Os militares tomaram o poder no Mali alegando incompetência do governo. O país, com pouco mais de 12 milhões de habitantes, mantém um regime semipresidencialista, comandado pelo presidente Amadou Toumani Touré e pelo primeiro-ministro, Cissé Mariam Kaïdama Sidibé. Mali se tornou independente da França em 1960.