O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira que se deve trabalhar em uma reforma migratória nos Estados Unidos "agora mesmo", ao afirmar em seu discurso anual diante do Congresso que os que opõem a ela "ficaram sem desculpas".
O presidente, que deu seu apoio à reforma migratória em seus três discursos sobre o Estado da União, reconheceu, no entanto, que neste ano eleitoral pode ser difícil o Congresso chegar a um consenso sobre uma reforma integral.
"Mas se as intrigas políticas do ano eleitoral impedem o Congresso de formular um plano integral, ao menos concordemos em deixar de expulsar esses jovens responsáveis que desejam trabalhar", disse, em referência a uma lei de reforma migratória parcial chamada Dream Act. "Enviem uma lei que dê a eles a possibilidade de ganhar sua cidadania. Assinarei imediatamente", disse o presidente aos congressistas.
O Dream Act, que abriria uma via para legalizar centenas de milhares de jovens ilegais nos Estados Unidos caso entrem na universidade ou no exército, foi derrotado em 2010 no Congresso, onde nenhuma iniciativa migratória avançou.
Obama defendeu as conquistas de seu governo em reforçar a vigilância na fronteira, uma das exigências dos republicanos, que se negam a discutir uma reforma migratória até que fosse garantida a segurança dos estados fronteiriços com o México.
"Meu governo colocou mais agentes de vigilância na fronteira que nunca antes. É por isso que há menos travessias (de imigrantes) ilegais desde que assumi o cargo", disse. "Os opositores ficaram sem desculpas", completou.
Obama não pôde concretizar sua promessa eleitoral de conseguir uma reforma que abra uma via para regularizar a situação de 11 milhões de ilegais, a maior parte deles, latinos. O presidente corteja o voto latino, que pode ser chave para sua reeleição em novembro.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ainda na noite desta terça-feira, no tradicional Discurso do Estado da União, que "nenhum desafio é mais urgente e nenhum debate é mais importante" neste momento que manter vivo o sonho americano.