O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou nesta sexta-feira (13) o fechamento do consulado do país em Miami, dias depois de a responsável pela delegação diplomática na cidade norte-americana ser expulsa pelos Estados Unidos ao ser acusada de conspiração.
O atual atrito entre ambos os países, que apesar da intensa relação comercial se enfrentam ideologicamente, deixará dezenas de milhares de venezuelanos que vivem na Flórida sem representação diplomática e complicará a possibilidade de votar nas eleições presidenciais de 2012.
"O chanceler Nicolás (Maduro) me recomendou fechar o consulado (venezuelano em Miami). Bom, então fecharemos. Não terá consulado em Miami", disse Chávez em discurso de mais de nove horas e meia na Assembleia Nacional.
Os Estados Unidos expulsaram na semana passada a consulesa venezuelana em Miami, Livia Acosta, depois da transmissão de um documentário, pela rede de TV Univisión, que a acusa de tramar ciberataques contra computadores do governo norte-americano junto a agentes cubanos e iranianos.
Chavez também afirmou que 2012 será um ano de provas em que "se imporá a institucionalidade" e que, se perder as eleições de 7 de outubro, reconhecerá e entregará a Presidência, após quase 13 anos de mandato.
"Este ano vai ser um ano de provas, e estou seguro de que nosso país superará (...) todas as dificuldades que venham no caminho e se imporá a institucionalidade. Dentro de sua estrutura, algo que temos que cuidar muito, muito, muitíssimo: a paz nacional", disse Chávez em seu discurso anual no início da legislatura do Parlamento venezuelano.
Falando a deputados da oposição, o presidente disse: "Se algum de vocês ganhar as eleições, eu serei o primeiro a reconhecer, e peço o mesmo de vocês".
Discurso longo
O discurso do presidente, transmitido ao vivo, começou às 14H15 e terminou por volta das meia-noite.
A princípio, Chávez prometeu ser breve, lembrando que os longos discursos tiveram sentido "no início da revolução", mas que um "discurso de seis horas é um abuso".
De pé o tempo todo, Chávez perdeu a noção das horas ao defender seu governo e voltou a enfatizar que será o primeiro a reconhecer um eventual triunfo de seus adversários nas eleições de outubro, quando disputará um terceiro mandato.