O som de um telefone celular obrigou a Filarmônia de Nova York a interromper - pela primeira vez na história - um de seus concertos, que não foi retomado até que o dono desligasse o aparelho, confirmou nesta quinta-feira (12) à Agência EFE uma porta-voz oficial da instituição nova-iorquina.
Os fatos aconteceram na noite de terça-feira (11), quando o diretor da Filarmônica, Alan Gilbert, estava conduzindo seus músicos pelo último movimento da Nona Sinfonia do tcheco Gustav Mahler, segundo a porta-voz.
Foi então que começou a tocar da primeira fila o popular tom de chamada "marimba", que imita o som deste instrumento no iPhone da Apple. Embora o público tenha expressado seu descontentamento, o telefone não deixou de tocar.
Gilbert começou a gesticular enquanto o aparelho continuava soando, até que se cansou e ordenou a interrupção do concerto, algo que até agora não tinha acontecido nas mais de 14 mil vezes que a Filarmônica de Nova York tocou ao longo de seus 170 anos de história.
Em seguida, o diretor, visivelmente irritado, pediu em voz alta ao proprietário que desligasse o aparelho que não parava de fazer barulho.
Como o dono não tomou uma atitude imediata, o público assobiou e exigiu a gritos que ele fosse expulso da sala enquanto o iPhone continuava tocando entre o barulho da multidão, habitualmente acostumada a escutar a orquestra no mais absoluto silêncio.
Gilbert finalmente desceu do palco e se encaminhou com direção ao dono do celular, que tirou o aparelho do bolso e desligou. "Está desligado? Vai voltar a tocar?", perguntou o diretor ao homem, que se limitou a consentir com a cabeça, e o concerto foi retomado poucos minutos depois entre os aplausos do público do emblemático Avery Fisher Hall do Lincoln Center.