14 de Julho de 2011, por Luciano Sodré
Nas últimas semanas, um casal brasileiro que reside em Chesnut na Pensilvânia, adentrou um escritório da U.S. Immigration and Customs Enforcement, e perguntou a um atendente se a Imigração poderia deportá-los. Parece mentira, mas a verdade é que Livia Maria Borges e Welismar de Jesus, que vivem há mais de uma década no país, resolveram tomar a atitude para tentar o ‘perdão’ durante a Côrte de Imigração, que só é concedida em processos vigentes de deportação.
Vivendo há mais de 10 anos no país, sem ter cometido crimes, pagando os impostos em dia, inclusive aqueles relativos a trabalhos no ‘cash’, o casal representa um perfil muito comum entre a comunidade imigrante do país, que realmente abraça o país como o seu lar, investindo e contribuindo para a nação. O perfil é um dos requisitos básicos para a aceitação do ‘perdão’ e é um meio ainda desconhecido para alguns brasileiros que ainda tentam se legalizar no país.
O caso envolvendo o casal de brasileiros tem ainda um agravante. Eles são pais de uma criança de 3 anos com necessidades especiais. Cindy Borges de Jesus, de apenas 3 anos, nasceu no país e perdeu a fala e a movimentação das pernas e braços há oito meses, após se asfixiar durante uma refeição. Ela necessita de ajuda e acompanhamento por pelo menos 16 horas por dia.
O advogado do casal, David Piver, afirma que nos últimos três anos, já assumiu 10 processos similares aos dos brasileiros, sendo que em metade dos casos, os imigrantes tiveram a permanência residente concedida.
Embora com boas intenções, o casal de brasileiro vai enfrentar um novo problema. De acordo com o advogado do caso, ainda não abriram um processo de deportação por conta de uma política de não incentivar outros imigrantes de buscarem o órgão como caminho para tentarem o perdão. Piver questiona a existência dessa política, e critica a inconsistência da mesma, segundo falou ao jornal The Inquirer da Filadélfia.