Senadores norte-americanos interrompem sonho de legalização de estrangeiros

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July 2, 2007, 12:00 am
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Senadores norte-americanos interrompem sonho de legaliza??o de estrangeiros
Senadores norte-americanos interrompem sonho de legalização de estrangeiros

 

Acabou o sonho. Pelo menos para este ano e no próximo, já que será o ano da corrida presidencial. O Senado americano bloqueou na última quinta-feira, 28, a reforma migratória, que regularizaria milhões de estrangeiros sem documentos, ao se negar a realizar o debate sobre o projeto de lei por 53 votos contra e 46 a favor, o que impede a votação final. Nesta votação crucial, o apoio de 60 dos 100 senadores era necessário para limitar a 30 horas o debate sobre o controvertido projeto de reforma, que regularizaria os estimados 12 milhões de indocumentados que vivem nos Estados Unidos e concederia 4,4 bilhões de dólares à segurança na fronteira. Na véspera, por uma estreita margem de quatro votos, essa câmara decidiu resgatar o texto que o líder dos democratas, Harry Reid, havia retirado do plenário há três semanas, ao não conseguir os votos necessários para encerrar o debate, como voltou a ocorrer ontem.

 

Responsáveis pelo fim do sonho dos imigrantes: Os democratas que mudaram seus votos foram: Senadores Jeff Bingaman do Novo México, Sherrod Brown de Ohio, Tom Harkin de Iowa, Ben Nelson de Nebraska, Mark Pryor do Arkansas e Jim Webb of Virgínia. Os republicanos que mudaram seus votos são: o líder da minoria Mitch McConnell de Kentucky, e os senadores Kit Bond do Missouri, Sam Brownback do Kansas, Richard Burr da Carolina do Norte, Norm Coleman de Minnesota, Susan Collins do Maine, Pete Domenici do Novo México, John Ensign de Nevada, Lisa Murkowski e Ted Stevens do Alaska, George Voinovich de Ohio e John Warner da Virgínia. Os votos colocaram um ponto final no reforço da fronteira e na legalização de 12 milhões de imigrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos. Os legisladores não querem falar sobre o assunto até a próxima eleição presidencial. O senador Ted Kennedy, democrata de Massachusetts, responsável pela autoria do projeto em conjunto com o senador republicano Jon Kyl, disse que o mesmo poderia ter sobrevivido para ver um novo dia. "Nós não podemos parar a marcha para o progresso nos Estados Unidos, e sobre este assunto eu tenho total esperança e expectativa que nós conseguiremos ser bem sucedidos", disse o senador Kennedy.

 

A Casa Branca parecia ser a única a acreditar que a reforma seria aprovada mesmo com sinais negativos por parte dos conservadores. "Nós contactamos vários membros do Congresso nos últimos dias e o presidente deixou claro que esta aprovação era importante para ele", disse o porta-voz da presidência, Tony Snow. Esta é a segunda vez que o plenário da Câmara Alta vota contra limitar o debate sobre a reforma, visto que no último dia 7 de junho tinha sofrido o mesmo revés, com a diferença de 45 votos a favor e 50 contra.

 

Os legisladores tinham destacado durante o debate prévio que se a iniciativa não passasse, não haveria outra possibilidade igual para aperfeiçoar o sistema migratório do país, que é de 1986, quando foi aprovada uma anistia para cerca de três milhões de imigrantes indocumentados.

 

Se seguisse em frente, o projeto de lei se transformaria na primeira reforma migratória em duas décadas e estabeleceria um novo marco legal para os mais de 12 milhões de imigrantes indocumentados que pelos cálculos vivam nos Estados Unidos. Além disso, a iniciativa previa reforçar a segurança nas fronteiras com mais $ 4,4 bilhões de dólares, estabelecer um programa de trabalhadores temporários e criar um sistema para que as empresas comprovassem o status legal de novos empregados.

 

Também contemplava o estímulo a um sistema de pontos, com prioridade para quem viesse a pedir residência permanente e tivesse alto nível educacional e habilidades profissionais especiais, ao invés de dar ênfase a seus vínculos familiares, como é feito até agora.

 

Depois da votação, Reid, visivelmente afetado pela derrota, agradeceu o esforço feito por todos os senadores que tinham trabalhado no projeto, e concluiu que a lição para todos deve ser que é preciso "se trabalhar mais estreitamente juntos".

De qualquer forma, as conseqüências da votação serão importantes, já que não é provável que o projeto seja retomado antes de 2009, quando houver um novo presidente e um novo Congresso.

 

A agenda política dos Estados Unidos ficará até lá lotada por causa de outros assuntos de alto importância, como a Guerra do Iraque e as eleições presidenciais.

 

 

 

Opinão

 

Ali Noorani, Diretor Executivo da MIRA: "Hoje o Senado americano falhou em promover uma reforma migratória justa. Imigrantes de Massachusetts e do restante do país agradecem ao senador Kennedy por sua liderança e comprometimento por lutar por uma reforma justa. Famílias continuarão separadas, trabalhadores continuarão sendo exploradas e as blitz continuarão a separar os filhos de seus pais. A América se tornará um estado policial para qualquer um que se pareça com imigrante. A raiva e o desapontamento que sentimos hoje é a energia para continuarmos a lutar

 

Paulo Sardinha, CTB - Centro do Trabalhador Brasileiro: "Nos sentimos tristes e de uma certa forma indignados, pois após ser aprovado formalmente o inicio do debate da Reforma Imigratória no mês passado com um total de 69 votos a favor, hoje a Reforma teve apoio de apenas 46 votos a favor.Agora não é a hora de culpar os republicanos, ou os democratas, os senadores ou a Casa Branca. Agora é a hora de continuarmos trabalhando honestamente, mostrando nosso valor, respeitando a todos. Continuar mostrando que nosso trabalho tem ajudado no crescimento da economia deste país, pois no ano passado cresceu mais de 3%, e que o desemprego hoje é apenas de 4%. Agora é a hora de estarmos juntos, com a esperança de que teremos uma nova oportunidade de legalização em um futuro muito próximo!"

 

Carlos A.F. Da Silva, Diretor Executivo do Escritório de Assistência Total: "Creio que um projeto de lei de Imigração venha existir antes que Bush deixe o poder na Casa Branca. Dei uma entrevista aqui no Brazilian Times logo após que o Presidente Bush foi eleito, e naquela ocasião disse que Bush seria quem daria aos imigrantes o privilégio de se legalizarem. Ainda tenho muita fé que isto sucederá antes que o Presidente Bush deixe seu último mandato."

 

Karla Souza, moradora de Somerville: "Fiquei muito decepcionada. Para falar a verdade não acredito em mais nada. O jeito para me legalizar é tentar outra saída."

 

Renato Cardoso, morador de Everett: "Estou frustradíssimo. Estou aqui há oito anos e minha esperança era esse projeto. E agora como é que fica. Preciso pelo menos da carteira de motorista".

 

Fonte: braziliantimes.com

Author: Moises Apsan
Attorney with over 35 years of experience. Past president Federal Bar Association NJ Chapter (1997-2002). Offices in New York, NY, Newark, NJ. Tel: 888-460-4600 http://www.apsanlaw.com
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Monday 02 July 2007
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