Washington - O futuro das tropas americanas no Iraque, a reforma migratória e as críticas ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foram os temas centrais de mais um debate entre os 10 pré-candidatos republicanos à Presidência do país, nesta terça-feira.
O debate começou às 19h (20h de Brasília), na localidade de Manchester (New Hampshire), e teve uma duração de duas horas. A maioria dos aspirantes à Casa Branca dirigiu críticas a Bush por sua gestão da Guerra do Iraque, por sua posição no tema da da imigração e até por seu estilo de governar.
Os candidatos que participaram foram Tom Tancredo, representante do Colorado; Rudolph Giuliani, ex-prefeito Nova York; Tommy Thompson, ex-governador de Wisconsin; Jim Gilmore, ex-governador da Virgínia; Mike Huckabee, ex-governador de Arkansas; Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts; os legisladores Duncan Hunter e Ron Paul, e os senadores John McCain e Sam Brownback.
Thompson afirmou que não enviaria Bush às Nações Unidas. McCain criticou o presidente por sua gestão da Guerra do Iraque. E Romney se mostrou convencido de que quando os Estados Unidos entraram no Iraque não estavam preparados e sequer tinham um plano.
Outra crítica a Bush veio de Hunter. Ele afirmou que, na hora de erguer um muro de segurança na fronteira com o México, "o Governo age com calma" O tema da guerra surgiu logo no início da discussão, quando McCain e Brownback reconheceram que votaram a favor da invasão do Iraque sem ter lido o documento apresentado pelo Conselho Nacional de Inteligência dos EUA A Estimativa Nacional de Inteligência (NIE, sigla em inglês), nome técnico do documento, afirmava que o Iraque possuía grandes quantidades de armas de destruição em massa. O argumento foi usado por Bush e seu Governo para justificar a invasão.
A confissão de McCain e Brownback valeu uma crítica de Gilmore, que afirmou que os congressistas deveriam "ler esse tipo de material". O único congressista no palco a dizer que havia lido o NIE foi Hunter.
Um dos momentos mais emotivos aconteceu quando uma mulher do público perguntou sobre o Iraque, onde seu irmão morreu oito dias antes da data em que deveria voltar para os EUA. Sua emocionada pergunta levou os candidatos a agradecer a sua família por se sacrificar pelo país.
Em geral, todos defenderam a guerra. Mas McCain aproveitou para destacar que o período após a invasão foi mal planejado.
Duncan Hunter manteve uma posição muito firme em relação ao Irã e não duvidou em afirmar que autorizaria um ataque americano às instalações nucleares iranianas, caso não houvesse outras opções.
Outro tema de destaque foi o problema da imigração. McCain fez uma defesa da atual reforma migratória. Ele desafiou os seus companheiros a oferece r"uma idéia melhor". Mas Giuliani chamou a proposta de "uma típica confusão de Washington".
Romney considerou "injusta" a proposta de que os cerca de 12 milhões de trabalhadores ilegais que atualmente se encontram nos EUA obtenham status legal.
O tema dos seguros de saúde e a necessidade de reduzir o preço dos remédios também foram discutidos.
O dado curioso aconteceu quando Giuliani respondia a comentários recentes de um líder religioso, que comparava o ex-prefeito a Pôncio Pilatos. Nesse momento, os raios e trovões que caíam em torno da Universidade de Santo Anselmo cortaram o som do seu microfone.
"Isto é algo que assusta", disse Giuliani, lembrando sua educação em escolas religiosas.
New Hampshire será o segundo estado por ordem cronológica a realizar as suas primárias em janeiro.
Fonte: Yahoo!Noticias