CIDADE DO MÉXICO - O presidente eleito do México, Felipe Calderón, disse na sexta-feira que pedirá aos Estados Unidos que legalizem milhões de migrantes ilegais em seu território, mas que também ajudem a criar empregos no México.
O conservador Felipe Calderón, candidato da situação e vencedor por estreita margem da eleição de domingo, prometeu manter os esforços do presidente Vicente Fox para atenuar as restrições a milhões de mexicanos que vivem ilegalmente nos EUA.
Mas ele afirmou que também vai cobrar dos EUA e do Canadá, principais sócios comerciais do país, que ajudem a gerar empregos bem pagos no México, por meio de um fundo multinacional para infra-estrutura, agricultura e outros projetos em áreas que exportam a maioria dos migrantes.
Ele criticou a decisão norte-americana de construir muros na fronteira e usar a Guarda Nacional para vigiá-la. "Na medida em que houver trabalho aqui, haverá melhores condições para aliviar a migração", afirmou ele em entrevista coletiva.
"Um quilômetro de estrada em Zacatecas e Michoacán (Estados pobres do México) vale mais do que dez quilômetros de muro no Texas ou Arizona (Estados fronteiriços dos EUA) para conter a imigração", afirmou.
A vitória de Calderón foi contestada na Justiça por seu principal adversário, Andrés Manuel López Obrador, mas o governista se disse confiante de que tomará posse em 1o de dezembro. Ele prometeu um governo de coalizão com cargos para a oposição, desde que esta apóie suas reformas no Congresso.
Calderón, que deve ser um importante contraponto pró-americano numa região com vários governos de esquerda, recebeu na sexta-feira um telefonema do presidente dos EUA, George W. Bush, que o cumprimentou pela vitória e prometeu manter a cooperação bilateral.
Mas Calderón, apesar de suas afinidades com os EUA, disse que é errado apontar dois blocos ideológicos na América Latina. Na sexta-feira, afirmou que pode superar as diferenças ideológicas com o venezuelano Hugo Chávez para promover interesses comuns.
O presidente eleito também prometeu empenho por uma maior integração das economias de EUA, Canadá e América Latina, inicialmente buscando menos restrições aos migrantes.
"Não posso imaginar uma região norte-americana de Canadá, EUA e México em 30 anos que tenha livre comércio, livre investimento, mas não uma livre fonte de mão-de-obra", afirmou. "Para Canadá, Estados Unidos e México terem prosperidade, deve haver liberdade nos três setores."
Fonte: yahoo!noticias