WASHINGTON - O Banco Mundial ressaltou nesta quarta-feira os benefícios globais de uma migração bem organizada, no momento em que a França intensificou os debates sobre a melhor forma de assimilar as comunidades de imigrantes.
Em seu relatório anual Global Economic Prospects, o Banco Mundial afirma que as centenas de milhões de dólares que os imigrantes enviam para casa todos os anos representam o dobro das ajudas governamentais.
"Com o número de imigrantes em todo o mundo chegando a quase 200 milhões, sua produtividade e seus ganhos são uma força poderosa para a redução da pobreza", diz o economista-chefe do Banco Mundial Francois Bourguignon.
"O desafio para os políticos é aproveitar de forma plena os benefícios econômicos da migração lidando com as implicações sociais e políticas".
Essas vieram à tona recentemente com as três semanas de violência na França e outras partes da Europa. A maioria dos jovens que deflagraram os conflitos urbanos na França vem de bairros pobres com grandes comunidades de imigrantes provenientes de antigas possessões coloniais no norte e oeste da África.
Alguns organismos internacionais,
Segundo o exemplo do Banco Mundial, um aumento dos imigrantes que representasse um incremento de 3% da força de trabalho dos países ricos até 2025 pode significar um crescimento da renda global em 0.6% (356 bilhões de dólares). No entanto, os ganhos relativos seriam muito maiores para as famílias dos países em desenvolvimento do que nos países ricos.
Para maximizar os ganhos, o relatório sugere que os países em desenvolvimento facilitem a vida dos emigrantes, como melhorar as condições pelas quais eles atravessam a fronteira, buscam emprego nos países desenvolvidos e mandam dinheiro para casa.
No caso dos imigrantes ilegais, os vistos de trabalho temporários para pessoas de baixa escolaridade nos países industrializados são um opção defendida por Uri Dadush, diretor do Grupo de Desenvolvimento de Prospectos do Banco Mundial.
"Isso contribuiria para uma significante redução da pobreza nos países dos emigrantes e entre os próprios imigrantes e suas famílias", disse ele.
Fonte: Ultimo Segundo