BRUXELAS - A Comissão Européia pediu na sexta-feira que alterações nas políticas nacionais de imigração sejam comunicadas com antecedência, depois de a Espanha ter irritado os parceiros do bloco ao oferecer anistia a centenas de milhares de imigrantes ilegais.
"Achamos que todos os 25 países-membros vão achar essa discussão útil", disse uma autoridade da UE a repórteres. "Não é intenção da Comissão citar e embaraçar a Espanha."
A UE não tem uma política de imigração comum, e os Estados-membros são livres para decidir
A decisão da Espanha de começar a regularizar a situação de um número estimado de 800 mil imigrantes esta semana irritou a Alemanha e a Holanda, porque, depois que eles passarem cinco anos morando legalmente na Espanha, poderão se mudar para outros países da UE.
O Comissário de Justiça e Segurança Franco Frattine e Luxemburgo, atual presidente da UE, disseram que os ministros da área devem debater um sistema de comunicação sobre o assunto em sua reunião de 24 de fevereiro.
Enquanto a Espanha dá início à anistia, a Grã-Bretanha anuncia planos de uma repressão mais dura contra imigrantes ilegais e pessoas cujos pedidos de asilo foram rejeitados, além de um sistema de pontos para atrair trabalhadores qualificados.
Um porta-voz da comissão negou as acusações de que Bruxelas só reagiu à atitude amistosa da Espanha em relação à imigração, mas não se importou com o endurecimento de medidas de repressão em países
Ele não quis dizer se a Grã-Bretanha deveria ter informado os parceiros da UE com antecedência sobre seus planos.
Autoridades holandesas disseram que o pedido da UE foi uma resposta à requisição da ministra do Interior holandesa, Rita Verdonk, que vem pressionando o bloco para discutir a questão das anistias.
Segundo diplomatas, os países-membros já se comunicam sobre as medidas nacionais de maneira informal.