Os alunos passam por uma selecção que inclui análise do currículo e fluência em português. Os mais bem sucedidos nos exames são os dos países de língua portuguesa, como Cabo Verde e Angola.
Aluno do sexto semestre da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o cabo-verdiano Odair Santos elogia a receptividade dos brasileiros, mas reclama da dificuldade para alugar um apartamento com identidade estrangeira. Presidente da associação dos estudantes cabo-verdianos no Rio de Janeiro, Odair revela que pretende voltar à ilha de 400 mil habitantes para transmitir o conhecimento adquirido no Brasil.
«Como Cabo Verde é um país novo, as pessoas querem vir, estudar e voltar para ajudar na construção do país», conta o universitário. «Imagino que 2% fiquem, porque começam a namorar, casam e optam por viver no Brasil. Eu não tenho dúvida: vou voltar», prometeu.
A chefe da Divisão de Temas Educacionais do Itamaraty, Almerinda Augusta de Carvalho, conta que os africanos ainda procuram pouco o Brasil para cursos de pós-graduação. Entre 2000 e 2004, apenas 92 estudantes vieram fazer mestrado ou doutorado. A responsável atribui o baixo índice às dificuldades económicas, sociais e educacionais que o continente ainda enfrenta. E diz acreditar que o Brasil só tem a lucrar com o aumento do número de estudantes africanos no país.
«Acho que esse intercâmbio também enriquece os estudantes brasileiros, com a oportunidade de conhecer outras culturas e de aprender a conviver com jovens de outros países», considera Almerinda de Carvalho. «Isso gera nos nossos estudantes uma compreensão e respeito sobre as outras maneiras de encarar o mundo», acrescentou.
Além dos africanos, as universidades brasileiras recebem muitos estudantes da América Latina. Nos últimos quatro anos, cerca de 570 jovens de países vizinhos foram matriculados em cursos de graduação. Na pós-graduação, o número de seleccionados é de quase 300.
Fonte: PNN
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